Eu estava por aqui, quieta, de novo. Já nem me lembrava mais
tanto de você. Aquela vontade já estava guardada junto com outras lembranças
aparentemente remotas. Mas você tinha que aparecer pra bagunçar tudo e
reporta-la para perto.
Bastou falarem a primeira silaba e minha mente (coração)
se encarregou de completa-la com o seu nome. Eu podia jurar que já
tinha esquecido. Que já era passado. Eu estava errada. Tão errada quanto esse
sentimento.
A verdade é que passei esse tempo tentando me convencer que já tinha te
superado, que você já não fazia diferença e tinha ficado para trás. Mas não.
Você só se calava às vezes dentro de mim, como se não estive lá. Mas você
estava o tempo todo, era só uma questão de tempo vir à tona. E veio, agora. E
não foi muito diferente das outras vezes. A minha não reação, as borboletas que
desta vez mais se pareciam com fogos de artifício, e a desilusão.
Não sei o que me fez pensar que seria diferente. Talvez a sua indiferença.
Eu me machuquei tanto. Era natural querer/precisar esquecer. Tentativas em vão. Por que agora, depois de tanto tempo, eu continuo sendo sua da mesma
forma, ou mais.
E eu me pego pensando: Será como você está agora? O que tem feito? Durante
todo esse processo de desapego eu deixei você se perder em meio à multidão e te
evitei. Não precisa te ver. Mesmo querendo. Foi doloroso no começo, mas depois
e uns dias já estava no mínimo suportável, e a cada dia me sentia um pouco
mais livre disso tudo.
Estava me protegendo com uma barreira de vidro. Sensível a
qualquer coisa relacionada a você. E aí você veio e agora ela já não existe
mais. E eu me encontro vulnerável. Ferida. Todos aqueles pedaços que
formavam minha armadura haviam se voltado contra mim e me machucado, feio,
deixando feridas profundas e expostas. E você nem sabe, talvez nunca vá saber.
Eu chorava. Era o que eu podia fazer. Amar-te sem teu consentimento.
Gritos em silêncio diziam isso dentro de mim. E era verdade. E ia continuar
sendo verdade. Pra sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário